A Câmara Municipal de Betim promoveu, na tarde de quarta-feira (7 de maio), uma Audiência Pública no Plenário Carino Saraiva para discutir o aumento da violência contra mulheres e crianças. A iniciativa foi proposta pelo vereador Claudinho através do Requerimento nº 757/2025, que obteve aprovação unânime. 2n5r6f
Claudinho presidiu e coordenou a audiência, ressaltando a busca por soluções para enfrentar o desafio do combate à violência. Durante a discussão, as autoridades presentes indicaram os caminhos que as vítimas devem seguir quando necessário.
O vereador expressou sua preocupação com o aumento da violência ao longo dos anos, que deveria, na verdade, estar em declínio. Ele atribui esse crescimento à falta de qualificação profissional, que resulta em desemprego e fomenta a violência doméstica. Claudinho lamentou a ausência da rede de proteção social nos finais de semana, período em que os casos de violência aumentam significativamente.
A vereadora Angela Maria, presidente da Comissão Permanente de Direitos da Mulher, destacou que grande parte da violência ocorre dentro das casas, muitas vezes perpetrada por familiares próximos, o que faz com que as vítimas se sintam inibidas a denunciar. Ela lembrou a importância da Procuradoria da Mulher do Poder Legislativo, que acolhe e encaminha denúncias de mulheres vítimas de violência, enfatizando a necessidade de ativar a rede de apoio disponível para amparar essas vítimas.
A comandante da Guarda Municipal (GM), Midiã Souza Fernandes, apresentou dados do Observatório da Segurança Pública de Betim, revelando que 2024 teve índices alarmantes de violência. Contudo, Midiã afirmou que houve avanços no combate à violência doméstica. A GM pode ser acionada 24 horas pelo número 153 e conta com a Patrulha de Proteção à Mulher e o Serviço de Proteção à Mulher para monitorar ocorrências. Além disso, a Patrulha de Proteção às Escolas garante a segurança dos alunos na rede pública.
Uma nova iniciativa é o Botão do Pânico, um aplicativo criado em março que permite que mulheres sob medidas protetivas acionem as autoridades em situações de ameaça.
Vânia Elias, presidente do Conselho Municipal de Defesa da Criança e do Adolescente, ressaltou a importância da participação ativa de todos os envolvidos, especialmente dos conselheiros. O conselho promoveu um curso para capacitar as pessoas sobre suas atribuições.
Maria Goretti Ássimos, presidente do Conselho Municipal da Mulher, apontou a baixa participação das entidades devido à sua quase invisibilidade e destacou a necessidade das mulheres romperem com a mentalidade machista enraizada na cultura latina. Ela elogiou a criação do Fundo Municipal, que facilitou a captação de recursos financeiros.
A capitã Ana Marques, da 2ª Cia Independente de Violência Doméstica do 66° Batalhão da Polícia Militar — atuando em 18 municípios ao redor de Betim — explicou que o trabalho da PM visa quebrar o ciclo da violência doméstica. Ana lamentou a falta de abrigos para mulheres e crianças que necessitam de assistência psicológica e jurídica e citou Contagem como um exemplo positivo nesse aspecto. Ela também enfatizou a necessidade dos homens abusadores receberem acompanhamento para mudar suas mentalidades.
O secretário municipal de Segurança Pública, Anderson Reis, destacou a importância das mulheres vítimas de violência física, sexual, moral e psicológica terem coragem para denunciar seus agressores às autoridades. Até agora em 2025, Betim registrou 758 casos de violência contra mulheres; no entanto, muitos desses casos não são relatados pelas vítimas.
Outras autoridades presentes enfatizaram a urgência em melhorar as estruturas existentes para acolher as vítimas e destacaram que é imprescindível um aporte significativo de recursos financeiros para essa causa.
Participaram também da Audiência Pública os vereadores Rony Martins, Adelio Carlos, Baé da Comunidade, Alexandre da Paz, Carlin Amigão e Roberto da Quadra.
Comentários: 6q292y