Um relatório da operação “Entre Amigos II”, conduzida pela Polícia Federal (PF), revelou que um servidor público de Betim teria embolsado cerca de R$ 3 milhões em um esquema criminoso que desviou, ao menos, R$ 27,5 milhões de três prefeituras durante a pandemia de Covid-19. A investigação aponta o ex-diretor de Planejamento da Saúde do município, Paulo Henrique Silva Maia, como peça-chave nas fraudes, sendo indiciado por crimes como organização criminosa, corrupção iva e irregularidades em licitações. 1i1tg
De acordo com a PF, Paulo Maia teria atuado como “ponte” entre prefeituras e os líderes da quadrilha, Braulio Henrique Dias Viana e Ercílio Martins da Costa Júnior, donos do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Social (IBDS). A suspeita é que o servidor articulava contratações fraudulentas do IBDS por meio de processos sem licitação, além de gerenciar projetos em que o instituto prestava serviços.
“Ele era peça-chave no esquema de desvio de recursos das prefeituras, atuando tanto na obtenção dos contratos quanto na execução dos projetos”, afirmou o delegado Felipe Baeta, responsável pela investigação.
O vínculo de Paulo Maia com a suposta organização criminosa surgiu em 2020, durante a primeira fase da operação Entre Amigos, que investigava contratos superfaturados entre a Prefeitura de Divinópolis e o IBDS. Na época, Paulo atuava como “porta-voz” do instituto, chegando a dar entrevistas como representante da entidade.
Posteriormente, a PF descobriu que o IBDS direcionava contratos para empresas de fachada com vínculos diretos ou indiretos com seus líderes. Entre essas empresas estava a Case Consultoria, supostamente istrada por Paulo Maia, que recebeu cerca de R$ 2 milhões do IBDS entre 2019 e 2020. O servidor também teria recebido transferências diretas de mais de R$ 1 milhão para sua conta pessoal, além de ser acusado de sonegar R$ 590 mil em impostos.
O esquema gerou um prejuízo comprovado de R$ 23 milhões à Prefeitura de Betim, que, segundo a PF, foi vítima das fraudes. Também foram detectados desvios de R$ 3,5 milhões em Divinópolis e R$ 1 milhão em Ribeirão das Neves. No total, 38 pessoas já foram indiciadas ao longo de quatro anos de investigação, que revelou a tentativa de infiltração da quadrilha em outras 18 prefeituras.
O delegado Baeta destacou que o grupo utilizava lobistas com experiência em gestão pública para atrair recursos federais destinados a cidades alvo do esquema. Esses intermediários, com trânsito político, negociavam verbas que eram desviadas posteriormente por meio de contratos superfaturados.
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