O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, em 2025, os resultados do Censo Demográfico de 2022, que revelaram transformações significativas no cenário religioso do Brasil. Após três anos de análise, os dados mostram uma queda contínua na proporção de católicos e um crescimento expressivo entre os evangélicos. 3s4u4d
Em 2010, o catolicismo apostólico romano representava 65,1% da população com 10 anos ou mais, totalizando 105,4 milhões de pessoas. Em 2022, essa porcentagem caiu para 56,7%, correspondente a 100,2 milhões de indivíduos — uma diminuição de 8,4 pontos percentuais em doze anos. Por outro lado, a proporção de evangélicos cresceu de 21,6% (35 milhões) para 26,9% (47,4 milhões) no mesmo período, refletindo um aumento de 5,2 pontos percentuais. Esse grupo abrange diversas denominações, incluindo igrejas pentecostais, neopentecostais e não denominacionais.
Em Betim, o levantamento indicou que as mulheres lideram entre os evangélicos com 55,61%, enquanto os homens representam 44,39%. Entre os católicos, a diferença é menor: as mulheres somam 50,21% e os homens 49,79%. No entanto, entre aqueles que se declaram sem religião, os homens dominam com 57,86%, contra 42,14% das mulheres.
Além da queda no catolicismo e do aumento no número de evangélicos, o Censo revelou um crescimento das pessoas que se identificam como sem religião — ando de 7,9% para 9,3%. Religiões afro-brasileiras como umbanda e candomblé também registraram aumento significativo: de 0,3% para 1%. Outras religiosidades alcançaram a marca de 4%, em comparação a 2,7% em 2010. O espiritismo teve uma leve queda de 2,2% para 1,8%, enquanto as tradições indígenas representaram apenas 0,1%.
A pesquisa também destacou a distribuição etária entre as religiões. Entre os católicos com idade entre 10 e 14 anos, a proporção é de 52%, enquanto entre os idosos acima de 80 anos chega a 72%. Nos evangélicos, a maior participação está entre os jovens (31,6% na faixa etária de 10 a 14 anos), enquanto apenas 19% pertencem à faixa etária acima dos 80 anos. A porcentagem de sem religião é mais alta entre jovens adultos (14,3% na faixa dos 20 a 24 anos) e cai para apenas 4,1% entre aqueles com mais de 80 anos.
Esses dados reforçam tendências observadas em pesquisas anteriores e refletem mudanças sociais e culturais em curso no Brasil. Líderes evangélicos frequentemente atribuem esse crescimento à intensificação da evangelização e ao trabalho social das igrejas. A agem bíblica em Atos 2:47 — "o Senhor acrescentava todos os dias à igreja aqueles que iam sendo salvos" — é vista por muitos como um incentivo à expansão do evangelho.
Embora o Censo não investigue as motivações pessoais ou teológicas por trás das mudanças religiosas, os números indicam um processo contínuo de diversificação religiosa no país. Essa pluralidade religiosa se manifesta mais visivelmente hoje em dia e tem implicações diretas na cultura brasileira contemporânea.
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