Uma reportagem do Jornal O Tempo Betim, publicada nesta sexta-feira (07), trouxe à tona uma ação da Polícia Civil que investiga as circunstâncias envolvendo a morte do ex-vereador Marcão Universal, de 72 anos. A ex-esposa de Marcão, Bianca do Marcão, também ex-vereadora de Betim, é apontada como suspeita de assassinato. 506u1q
Marcão Antônio da Paz foi presidente da Câmara Municipal de Betim e foi encontrado morto em sua residência no dia 15 de julho de 2024. O corpo foi descoberto por seu filho, que relatou que tinha um compromisso agendado com o pai e, após várias tentativas frustradas de contato por telefone, percebeu que o carro estava na garagem e decidiu arrombar a porta. “Chamei várias vezes, mas, como ele não atendeu e consegui ver que o carro dele estava na garagem, decidi arrombar a porta. Foi quando encontrei o corpo dele caído no chão, próximo à escada”, declarou à reportagem.
A suspeita sobre Bianca surge a partir das contradições nas versões apresentadas por ela à polícia sobre sua rotina nos dias que antecederam a morte de Marcão. Ela não conseguiu fornecer detalhes ou horários precisos sobre sua agenda no dia em questão. Diante disso, a Delegacia de Homicídios de Betim solicitou ao Ministério Público a quebra de sigilo telefônico da ex-vereadora.
Em seu depoimento, Bianca mencionou que o casal tinha divergências políticas – enquanto Marcão apoiava seu filho Alexandre da Paz (MDB), ela era favorável à reeleição do vereador Marquinhos Rodrigues (União Brasil). Porém, ela afirmou que nunca houve agressões entre eles.
O inquérito policial apontou que Marcão Universal apresentava um ferimento na cabeça e inicialmente se suspeitava de um acidente doméstico, resultado de uma queda na escada enquanto tentava carregar um tampo de mesa de madeira. Entretanto, laudos periciais indicaram que a causa da morte foi traumatismo cranioencefálico devido a um “instrumento contundente”, cuja origem não foi encontrada no local. Exames determinaram que Marcão faleceu por volta das 22h do domingo (14 de julho), e uma vizinha relatou ter ouvido um forte barulho – possivelmente da queda – por volta das 20h daquele dia.
Bianca apresentou contradições em seus relatos: inicialmente disse ter saído de casa cedo na segunda-feira e deixado Marcão dormindo; depois alterou sua versão afirmando ter voltado para casa no domingo à noite e encontrando-o embriagado e irritado, fato que a levou a dormir fora de casa e, na segunda de manhã, ir direto para um sítio do casal. Essa mudança nos relatos levantou dúvidas sobre sua rotina até o momento em que o corpo foi encontrado.
O advogado da família do ex-vereador, Antônio Henrique Pereira da Silva, considera que “a quebra de sigilo telefônico será um avanço importante na fase investigativa”, pois pode revelar a localização e atividades da investigada nos dias em questão. O delegado de Homicídios Otávio Luiz afirmou que “a medida é necessária diante da gravidade dos fatos”, ressaltando que se confirmados, configuram crime sujeito à ação penal pública, punido com pena de reclusão, e hediondo.
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